terça-feira, 26 de agosto de 2008

Possível cidade


Dormentes os prédios todos daquela localidade. Vazios de almas. Sóbrios de sentimento.
Ou não.
Eram cheios de vivências adormecidas e contos numerosos de beijos que se deleitavam da escuridão passiva.
É imutável a sensação de nostalgia. Imagem que busca som, que busca sombra que busca a luz. É imutável.
Sensação de janela aberta, vento correndo e passageiros na rua avistando aquilo.
Aquilo tudo era cimento. Era cinza e branco, na mescla com o preto que dava tons de cidade grande, cidade imensa.
Cidade longe. Faria diferença se fosse pequena, longe, mas pequena de não caber em tantas almas que por ali passaram, andaram, sorriram e fizeram atos impensados.
Passaram por ali tantos outros, de verde, de amarelo e de azul.. são passageiros ambulantes que circulam ao redor do cimento imenso. Imensidão de possibilidades.
Será que correram para dentro num dia de tempestade? Será que sofreram de amor quando nada mais cabia ali naquele espaço se não fosse a pessoa amada?
Um dia a resposta pro imenso vem. Ela vem devagar.
A nostalgia é boa enquanto dormem as sinceras verdades do que realmente houve naquele lugar. Um lugar de imagem pequena e enormes possibilidades.

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