sábado, 27 de setembro de 2008

Era tarde


Ela sentou cansada ao meu lado e me olho com olhos fundos.

Eu sabia que ela me detestava, fazia pouco de mim e se orgulhava de me humilhar.. ela tentava

se esconder atras dos meus sonhos, fingindo que eram os dela.

Nós duas falávamos das mesmas pessoas

ríamos dos mesmos casos de comédia.

Foi divertido encontra-la naquela situação, frágil e sem falsas idolatrias..

poderia enfim mostrar a ela o quanto dói e o que passei durante

aqueles anos de tortura.

Ela exigia explicações contextuais, substâncias de minhas atitudes. Mas eu não fiz nada.

Eu não lhe devo nada. Sou ausênte neste caso, para você..

E neste caso, era tarde demais para desfazer suas tensões, seus nós e suas dores cicatrizadas

por cremes caros, que tanto esbanjava poder comprar e eu não.

Eu lamento muito, eu desisti de você muito cedo, eu sei..

Detesto a mim mesma por tantas noites perdidas, e você lá, me humilhando.

Coitada, você agora faz pouco de si mesma,

pois a mim só resta a vida inteira, para ser vivida com intensidades e paixões..

E a você, minha querida, amargando nessa infelicidade me pede a mão.

Que agradeço, com um cordial: obrigado, não.. e sigo, meu caminho que tanto você praguejou.

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